Torres Medievais de Alcofra e Vilharigues, Vouzela

CASAS FORTES DA NOBREZA MEDIEVAL

Nos arredores de Vouzela, encontramos as Torres Medievais de Alcofra e Vilharigues. Duas torres de granito que em tempos foram casas de habitação. Datam da fundação da nacionalidade portuguesa, e albergaram grandes senhores de Lafões. Hoje, são museus que nos convidam a viajar no tempo. 

AS HABITAÇÕES FORTIFICADAS DOS SENHORES DE LAFÕES

Em boa verdade, este tipo de casa representa o início das casas senhoriais em Portugal. No que toca à linha cronológica, estamos a falar do século XI. Ou seja, muito antes de existirem solares e palácios.

Justamente, a robustez destas casas-torre era necessária por motivos de proteção. Afinal, estamos em plena época de reconquista do território, neste caso aos mouros.

Torre Medieval de Cambra
Torre Medieval de Cambra

A par disso, era preciso protegê-lo do vizinho inimigo, de Castela. Por essa razão, estas casas torre inspiram-se na torre de menagem dos castelos.

Com efeito, uma das torres de Vouzela – a Torre Medieval de Cambra – foi alvo de estudo arqueológico. Foi em 1997, e permitiu recolher vestígios da ocupação do espaço. Assim, foi possível perceber que esta casa-torre foi habitada entre os séculos XII e XVII.

No entanto, apesar desta intervenção, esta estrutura mantém-se, de certa forma, ao abandono. Ou seja, não está protegida nem foi musealizada. Contudo, o mesmo não se passa nas Torres Medievais de Alcofra e Vilharigues.

Assim sendo, hoje já não são habitações, mas sim espaços abertos ao público. Entre as suas quatro paredes, dão a conhecer o seu passado remoto.

Deste modo, podemos visitar os núcleos museológicos da Torre de Alcofra e da Torre de Vilharigues.

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CAMBRA, ALCOFRA E VILHARIGUES: TRÊS TORRES INVULGARES QUE PODEMOS VISITAR

Em boa verdade, este tipo de casa representa o início das casas senhoriais em Portugal. No que toca à linha cronológica, estamos a falar do século XI. Ou seja, antes de existirem solares e palácios.

Justamente, a robustez destas casas-torre era necessária por motivos de proteção. Afinal, estamos em plena época de reconquista do território. Neste caso, aos mouros. Por outro lado, era preciso protegê-lo do vizinho inimigo, de Castela.

Com efeito, a Torre Medieval de Cambra foi alvo de estudo arqueológico. Foi em 1997, e permitiu recolher vestígios da ocupação do espaço. Assim, foi possível perceber que esta casa-torre serviu de habitação entre os séculos XII e XVII.

Porém, apesar desta intervenção, esta estrutura mantém-se, de certa forma, abandonada. Ou seja, não houve uma musealização. Contudo, o mesmo não se passa nas Torres Medievais de Alcofra e Vilharigues.

Deste modo, as torres de Alcofra e Vilharigues não são habitações, mas sim espaços abertos ao público. Entre as suas quatro paredes, dão a conhecer o seu passado remoto.

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SÍMBOLOS DE PODER E FORTALEZAS DEFENSIVAS

De modo geral, espaços como as torres de Alcofra e Vilharigues eram símbolos de poder e riqueza.

Com efeito, no caso da Torre de Vilharigues, sabe-se que data dos finais do século XIII. Assim sendo, integrava o sistema defensivo de Lafões. Justamente, desde o século XI que este sistema de fortificações e atalaias defendia o território recentemente conquistado.

Situando-se numa elevação, com vista em toda a volta, a torre foi alvo de uma investigação arqueológica em 2011. Mais tarde, em 2018, começou a musealização.

Uma vez que perdera duas das suas fachadas, o projeto teve de as complementar. Desta forma, optou-se por um moderno encaixe arquitetónico. Mais precisamente, uma espécie de gaiola, que combina vidro e metal.

Em suma, o projeto de recuperação criou uma caixa que «substitui» as paredes que ruíram.

A par disso, respeitou-se o formato original, mantendo a antiga janela e um balcão, no piso superior. Lá dentro, o edifício estava dividido em três pisos. Hoje, restam apenas os seus entalhes.

Deste modo, o piso de baixo era usado como armazém. Uma vez que a entrada principal dava para o primeiro piso, era aqui o espaço social. Ou seja, a sala. No piso de cima, situavam-se os aposentos privados dos proprietários.

Antiga foto da Torre de Vilharigues - Domínio público
Torre Medieval de Vilharigues. Foto: domínio público.
Torre Medieval de Vilharigues.
Torre Medieval de Vilharigues. Foto: C. M. Vouzela.

TORRE DE VILHARIGUES: DOS ALMEIDAS À MODERNIDADE

De acordo com fontes históricas, a Torre de Vilharigues é atribuída à família Almeida. Um dos seus elementos, D. Duarte de Almeida, ficou para a história como «O Decepado».

Alferes-mor do rei D. Afonso V, reza a lenda que primou pela valentia na batalha de Toro (Espanha), em 1476. Justamente, o nobre guerreiro terá perdido as duas mãos, a defender o estandarte português.

Mais tarde, no século XX, já na posse dos condes de Tarouca, a Torre de Vilharigues estava em ruínas. Por essa razão, as suas pedras foram usadas para construir a pequena capela mesmo em frente. A capela de Santo Amaro.

Em 2018, teve início o projeto de requalificação, que também inclui espaços de lazer na área envolvente. Desta forma, convida o público a conhecer o passado desta Torre medieval de Vilharigues.

Ainda nesta localidade, destaca-se o Paço de Vilharigues. Hoje em dia, este edifício senhorial do século XVII é um bonito hotel. Sem dúvida, recomendamos que reserve a sua estadia.

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O MISTERIOSO PASSADO DA TORRE MEDIEVAL DE ALCOFRA

Sem dúvida, a casa torre de Alcofra dá-nos uma pista curiosa sobre o seu passado. Com efeito, em duas das suas fachadas encontramos a inscrição das iniciais AMBDM. O que significam estas letras?

Na verdade, ninguém sabe ao certo. A dada altura, colocou-se a hipótese de pertencer ao morgado António de Magalhães, Barão de Moçâmedes. Ou seja, uma povoação vizinha.

No entanto, esta baronia apenas foi instituída no século XVIII, por D. Maria I. Mais do que isso, António de Magalhães não consta na linhagem dos barões de Mossamedes (grafia original).

Já agora, por curiosidade, saiba que o beneficiário da baronia de Moçâmedes foi José de Almeida e Vasconcelos. Militar e Governador-geral de Angola, atribuiu o nome de Moçâmedes à cidade angolana que todos conhecemos.

Torre Medieval de Alcofra
Torre Medieval de Alcofra. Foto: C. M. Vouzela.

Além disso, foi o responsável pela primeira exploração daquele território, ainda antes da colonização portuguesa. Mais tarde, em 1794, Almeida e Vasconcelos adquiriu a Quinta do Barão, em Carcavelos, na região de Lisboa. Entre as suas iniciativas, está a plantação de vinha na propriedade, e a produção do famoso Vinho de Carcavelos.

Por ironia, hoje poucas pessoas saberão que a origem do nome da cidade angolana veio de uma remota localidade de Vouzela.

Torre Medieval de Alcofra_3
Janela na Torre Medieval de Alcofra
Imagens: Câmara Municipal de Vouzela.

MUITO MAIS POR DESVENDAR

Em suma, não sabemos quem construiu a torre de Alcofra, nem a quem se referem as letras gravadas nas fachadas.

A par disso, persiste também outro mistério, associado a uma antiga lenda. Segundo esta, existiria um túnel entre a torre de Alcofra e o Monte da Gralheira. Nas explorações arqueológicas, nada foi encontrado.

Mistérios à parte, vale a pena procurar as Torres medievais de Alcofra e de Vilharigues. Afinal, são exemplares invulgares do património português.

Melhor ou pior, sobreviveram até hoje para nos contar a sua história. Mantendo, no entanto, uma certa aura de mistério que não deixa de ser, também ela, cativante. Boa visita!

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