UMA ESTADIA COM REQUINTE
A Pousada de Lisboa é um monumento transformado em hotel. Faz parte do projeto de reconstrução da Baixa Pombalina, após o terramoto de 1755. Albergou estruturas do Estado, inclusive o gabinete de Oliveira Salazar. Hoje, é um Small Luxury Hotel que, com o seu património, conta um pouco da história de Lisboa.
POUSADA DE LISBOA: UMA VIAGEM NO TEMPO
Em plena Baixa Pombalina, a Pousada de Lisboa é um hotel de luxo cheio de charme. Com efeito, situa-se na praça mais nobre da cidade, a Praça do Comércio, mesmo à beira do rio Tejo. De igual forma, o edifício destaca-se pela sua história, com mais de duzentos anos.
Assim, numa esquina da ala oeste da Praça do Comércio, junto à Rua do Ouro, a Pousada de Lisboa é um hotel de luxo. Contudo, esta função é relativamente recente. Anteriormente, albergava o Ministério da Administração Interna, e também uma esquadra da Polícia.
Com as obras de reconversão, em 2015, tornou-se um Monument Hotel do Grupo Pestana. Tem 90 quartos, oferece aos visitantes acomodação de topo. Inclusivamente, uma das suites, a Dom Pérignon, era o gabinete do próprio Oliveira Salazar. Ou seja, o homem que, durante cerca de 40 anos, teve nas mãos o destino de Portugal.
Quanto à decoração, inclui detalhes e peças históricas que contam a história de Lisboa. A par disso, oferece várias tipologias de alojamento, a partir das quais temos uma vista privilegiada. Seja para a Rua Augusta ou para a Praça do Comércio, Castelo de São Jorge ou Câmara Municipal.
No interior da Pousada de Lisboa, o Salão Nobre era a anterior sala onde se reuniam os ministros do Governo. Por outro lado, o refeitório deu lugar ao atual Spa. A par disso, dispõe ainda de piscina e deck interior, fitness center e, claro, um restaurante de primeira linha.
Por todas estas razões, a Pousada de Lisboa é uma opção que nos convida a fazer parte da História de Lisboa. De facto, não é para todas as bolsas, mas oferece uma experiência que nos fica, para sempre, na memória.
A PRAÇA MAIS NOBRE DA CIDADE
Como podemos ver, a Pousada de Lisboa faz parte de um plano harmonioso, fruto da reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755. Dinamizado pelo ministro do rei, o futuro Marquês de Pombal, o planeamento ficou a cargo de Eugénio dos Santos e Carlos Mardel.
A par disso, além de ser a praça mais famosa do país, a Praça do Comércio é também conhecida pelo nome antigo. O «Terreiro do Paço». Afinal, era aqui que se situava o Paço da Ribeira. Sendo a residência real desde o rei D. Manuel, infelizmente ruiu em sequência do terramoto.
Em plena Praça do Comércio, destaca-se a estátua equestre de D. José, por Machado de Castro. Com efeito, foi o rei de Portugal responsável pela reconstrução desta praça, e da própria cidade Lisboa, após o terramoto.
Na altura, os comerciantes de Lisboa contribuíram para a reconstrução, com uma pequena percentagem dos seus rendimentos. Por isso, e pela sua importância e centralidade, a praça adquiriu o nome de Praça do Comércio.
Já agora, vale a pena referir que a estátua do rei está alinhada com a Rua Augusta, que segue para a Praça da Figueira. Originalmente, chamava-se Rua da Augusta Figura do Rei, mas hoje chamamos-lhe apenas Rua Augusta.
Na transição da rua para a praça, existe o imponente Arco da Rua Augusta, onde é possível subir para ver as vistas. Um espanto, claro. A entrada é paga, mas muito barata. Portanto, trace o seu roteiro e parta à descoberta de Lisboa!
O PONTO DE PARTIDA IDEAL PARA CONHECER LISBOA A PÉ
Assim sendo, se ficar alojado na Pousada de Lisboa, pode percorrer a pé toda a zona histórica da cidade. Em redor, existem lojas, restaurantes e esplanadas, monumentos e museus. Por exemplo, ali mesmo na Praça está o Lisbon Story Centre, um espaço interativo que conta a história da cidade.
Na zona do Chiado, encontra o Museu de Arte Contemporânea. Mais perto do Cais do Sodré, numa antiga e imponente igreja, está o Museu do Dinheiro, com o seu espólio que remonta aos primórdios a nível mundial. Do lado oposto, no Campo das Cebolas, encontra a Casa dos Bicos. Ao vê-la, percebe o porquê do nome. Sendo atualmente um espaço cultural, alberga a Fundação José Saramago. Ou seja, celebra o escritor português galardoado com o prémio Nobel da Literatura.
De igual forma, na Praça do Comércio, tem à disposição todos os transportes, inclusive o metropolitano e os típicos elétricos.
Com efeito, mesmo debaixo dos seus pés, a praça assenta sobre estacas de madeira, imersas no leito do rio. Mais do que isso, é uma autêntica floresta de estacas. Por um lado, esta obra de engenharia secular respeita a circulação das águas. A par disso, também protege os edifícios, em caso de haver um novo sismo.
Assim sendo, se quiser perceber melhor este sistema, visite gratuitamente o Núcleo Arqueológico da Fundação Millenium BCP. Afinal, fica ali bem perto, na rua dos Correeiros.
Os achados ali encontrados em escavações remontam ao século V a. C., e estendem-se até à construção pombalina, em que as estacas foram usadas.