Vila Real2024-09-09T21:10:08+00:00
  • Margem verdejante do rio Corgo em Vila Real
  • Ponte sobre o rio Corgo em Vila Real
  • Vila Real
  • Edifícios manuelinos em Vila Real

VILA REAL, A NOBREZA EM TRÁS OS MONTES

Situada a cerca de 450 metros de altura, a cidade de Vila Real destaca-se num meio maioritariamente rural.

Com efeito, a paisagem do concelho é traçada pelas montanhas das serras do Marão e do Alvão, e por vales férteis de cultivo. Nestas terras, produz-se, em socalcos, a uva da famosa Região Demarcada do Douro, que acompanha o rio e se estende até Espanha.

Instituída no século XIV pelo rei D. Dinis, Vila Real de Panóias era o seu nome original. Cresceu nas margens do rio Corgo, um dos afluentes do imponente Douro. Por isso mesmo, o rio foi uma via de comunicação privilegiada para escoar a produção vinícola desta região. Vinhos famosos, desde cedo escoados para o grande centro de comércio que era o Porto.

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UMA DAS CASAS NOBRES MAIS IMPORTANTES DO REINO DE PORTUGAL

A carta de foral que fundou Vila Real foi concedida em 1289 por D. Dinis, o rei Povoador. Contudo, a vila só registou um crescimento mais acelerado entre os séculos XVI e XVII. Com efeito, dos 580 habitantes de 1530, passou para 3600 no final do século XVIII.

Em parte, o crescimento de Vila Real deveu-se à fixação de muitas famílias nobres. Muitas delas, atraídas por uma das casas senhoriais mais influentes do país. Precisamente, a Casa dos Marqueses de Vila Real.

Esta linhagem, de origem castelhana, era aparentada com a rainha D. Leonor Teles. A par disso, surgiu como uma benesse concedida a um nobre, D. Pedro de Meneses. Mas quem seria este homem, e porque recebeu tal benesse régia?

D. Pedro de Meneses 1º Conde de Vila Real
D. Pedro de Meneses, 1º Conde de Vila Real

DE CAPITÃO DE CEUTA A CONDE DE VILA REAL

Em 1415, s portugueses conquistaram a praça forte de Ceuta, no norte de África. Por isso, o rei D. João I decidiu manter a cidade como território português. No entanto, era preciso defendê-la…

Como se pode imaginar, a tarefa era claramente arriscada. Por isso, quando o rei propôs a tarefa, diversos nobres a recusaram, alegando os mais diversos motivos. Um destes nobres, o condestável D. Nuno Álvares Pereira, alegou a sua idade já avançada.

Contudo, houve alguém que se voluntariou. Com a ambição de cair nas boas graças do rei, D. Pedro de Meneses ofereceu-se para o cargo. Sem alternativas, tornou-se o primeiro capitão e regente de Ceuta. Assim, em reconhecimento pelos serviços prestados, o rei nomeou-o 1º conde de Vila Real. Foi em 1424.

A par desta benesse real, D. Pedro de Meneses acumulou riquezas graças ao cargo. Afinal, como capitão de Ceuta, ocupava-se de negócios e também do corso, que partia daquele posto no norte de África.

A ASCENSÃO A MARQUESES… E A QUEDA EM DESGRAÇA

O ilustre D. Pedro de Meneses faleceu em 1437 e o seu túmulo está na Igreja da Graça, em Santarém. Naturalmente, os seus descendentes herdaram o título de Conde e Vila Real. Mais do que isso, em 1489, o monarca sucessor, D. João II, enobreceu ainda mais a família Meneses. Afinal, fora sempre próxima e útil à coroa. Assim sendo, foi-lhes atribuído o título de Marqueses de Vila Real.

Na realidade, a Casa dos Marqueses de Vila Real foi uma das mais importantes do reino. Pelo menos, até 1641, quando a família caiu em desgraça. O motivo não podia ter sido pior: conspiração contra o rei D. João IV.

Com efeito, o Palácio dos Marqueses de Vila Real, que albergou esta notável família, situa-se na avenida principal de Vila Real. Ou seja, na Avenida Carvalho Araújo, em frente ao antigo Convento de Santo Domingo. Também conhecido como Casa dos Arcos e Casa da Torre, o edifício conserva as ameias originais. Em particular, apresenta ainda uma belíssima janela dupla, em estilo manuelino. 

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O PATRIMÓNIO RELIGIOSO DE VILA REAL 

No que toca a arquitetura religiosa, à boa maneira portuguesa, não faltam igrejas em Vila Real. E ainda bem porque, como de costume, são bem bonitas.

Desde logo, destacamos a bonita Igreja de São Pedro, na Rua dos Combatentes da Grande Guerra. Na verdade, o edifício original é de 1528, mas foi alvo de adaptações ao atual estilo barroco no século XVII, com as duas torres sineiras. Assim sendo, entre para espreitar o interior, e repare nos painéis de azulejo e na impressionante decoração.

Se aprecia património religioso, ou simplesmente da tranquilidade que estes monumentos nos transmitem, visite ainda a Capela Nova. Igualmente conhecida como Igreja de São Paulo e Igreja dos Clérigos, a sua construção começou em 1639. Com efeito, o estilo é barroco, embora com adaptações de obras posteriores. A par disso, a sua fachada impressiona pela opulência da decoração, com um portal profusamente decorado e duas altas colunas de cada lado. Já sabe, prepare a máquina fotográfica ;)

O PASSADO NOBRE TRADUZIDO EM ARQUITETURA

A par do Palácio dos Marqueses de Vila Real, a cidade ostenta orgulhosamente o seu passado nobre nas fachadas de vários outros edifícios. Com efeito, o seu monumento mais antigo é a Sé Catedral, construída no século XV. Antiga igreja do convento de São Domingos, foi adaptada a Sé Catedral quando Vila Real passou a ser sede de diocese, em 1922.

O edifício é robusto, com traça gótica, visível na fachada principal, e tem um óculo no topo. Com uma nave central e duas laterais, escalonadas, vista do exterior, forma quase uma pirâmide.

A par da emblemática Sé, reserve ainda tempo para espreitar a casa de Diogo Cão. Este navegador transmontano explorou a costa africana no século XV, em plena Era dos Descobrimentos.

Construída no século XV, a sua antiga casa tem atualmente três pisos. É fácil reconhecê-la, na Rua Irmã Virtudes. Na fachada exterior, em granito, destaca-se uma larga arcada. Ao lado, também na fachada, uma escada dá acesso ao primeiro piso. Contudo, é uma residência particular, portanto só podemos vê-la por fora.

Hoje bem preservado, o edifício original data da segunda metade do século XV. No entanto, a traça original terá sido bastante alterada, em diferentes restauros ao longo dos séculos. Mais do que isso, o edifício foi vítima de incêndios, o que obrigou a alterações. 

 

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A DESCOBRIR EM VILA REAL

MUSEUS INVULGARES E ARTE URBANA A CÉU ABERTO

Como já pôde perceber, o património histórico de Vila Real é vasto, e está à disposição dos visitantes.

Um dos espaços que vale a pena visitar é o Museu da Vila Velha. Num edifício moderno, que contrasta com o conteúdo que alberga, convida a conhecer a história da cidade através dos seus achados arqueológicos.

Outro dos espaços museológicos da cidade é o Museu de Arqueologia e Numismática, na antiga Casa do Caminho de Baixo.

Sendo um museu regional, a sua importância transcende a região. Afinal, alberga um vasto conjunto de moedas que, por si só, testemunham diferentes épocas históricas.

MUITO MAIS DO QUE UM MUSEU

O Museu de Arqueologia e Numismática está instalado num esplendoroso edifício setecentista, que chegou à posse da autarquia em 1982. Antes disso, além de ser residência familiar, passada de geração em geração, teve outras funções.

Em tempos, foi salão de baile, colégio Repartição da Fazenda. oficina de reparação automóvel. Além disso, funcionou ainda como quartel da GNR, museu etnográfico e até armazém. Hoje em dia, a sua função é mais nobre, e cultural. Justamente, partilha com os visitantes a riqueza numismática e arqueológica da região.

Falta ainda destacar uma característica original de Vila Real. Um aspeto que não remete para o passado, mas sim para o presente. Desde 2016, todos os anos decorre o Pitoresco, Festival de Arte Urbana. Em cada edição, entre outras iniciativas, há artistas convidados a dar vida aos murais da cidade. Com o seu talento, criam obras de arte a céu aberto. Já são muitas, e vai encontrá-las facilmente ao circular pela cidade.

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UMA CIDADE MODERNA RODEADA DE MONTANHAS

Sendo capital do distrito com o mesmo nome, Vila Real é uma cidade com história, como vimos. No entanto, acumula todas as condições de modernidade. A par de todos os serviços e comércio, aqui encontra uma vida cultural ativa, onde não falta cinema, teatro, eventos modernos e tradicionais.

Contudo, ao visitar esta região, reserve tempo para percorrer as maravilhas naturais que rodeiam Vila Real. Desde logo, dentro da cidade, existe o Parque do Corgo, junto ao rio com o mesmo nome. Sendo o pulmão da cidade, esta zona verde convida a piqueniques e passeios pedestres, e está equipado com piscinas municipais, parque infantil, campos desportivos, cafés e esplanadas.

ZONAS VERDES, CAMINHADAS… E BOA GASTRONOMIA

Outra zona verde emblemática de Vila Real é o Jardim da Carreira, que teve origem no século XVIII. Verde e refrescante no verão, é o local ideal para uma tarde em família, à sombra das árvores provenientes do Gerês.

Fora da cidade, as serranias transmontanas são de cortar a respiração. Antes de se meter ao caminho, é importante alimentar-se bem. E, como calcula, não é difícil. Entre os pratos típicos da região contam-se a Feijoada à Transmontana, ou o cozido à Barrosã. Nesta zona, existe mesmo um prato com Denominação de Origem Protegida, Cabrito Assado com Arroz no Forno. 

Tudo pratos leves, como vê…

Ainda assim, se tiver coragem, vale a pena pôr pés ao trilho. Pontuada por vilas e pitorescas aldeias, a cadeia montanhosa mais próxima de Vila Real é a do Parque Natural do Alvão. Assim sendo, é o granito que domina a paisagem, embora com a presença simultânea do xisto.

Se gosta de caminhar, pode escolher um dos percursos pedestres marcados, e não deixe de visitar as aldeias típicas da serra, como Ermelo – espreite a belíssima cascata Fisgas de Ermelo, uma das maiores do país, com 300 metros –, e ainda Lamas de Olo ou Arnal.

Nesta aldeia, começa/acaba o percurso pedestre Agarez-Arnal, que é circular. Mais do que isso, passa nas duas grandes atrações naturais desta zona. Uma delas é a catedral granítica que se destaca no verde que a envolve, e a outra é a gralha-de-bico-vermelho. Esta é uma espécie ameaçada, que nidifica nas reentrâncias da rocha e torna o local Área de Proteção Total.

Por isso, já sabe que deve ter em mente a regra do bom caminheiro: «não deixar mais nada além de pegadas. Não levar mais nada além de fotografias.»

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