Templo Romano de Évora

O TEMPLO QUE AFINAL NÃO ERA DEDICADO À DEUSA DIANA

Em Portugal, desde sempre que o templo romano que existe em Évora se chamou «Templo de Diana». Porém, a sua designação correta já não é esta. Com efeito, investigações mais recentes mostraram que o templo romano da Cidade Museu nunca foi dedicado a esta deusa. 

A ASSOCIAÇÃO À DEUSA DIANA

Durante muito tempo, pensou-se que o templo romano de Évora dedicado à deusa Diana. Por essa razão, sempre o conhecemos como «Templo de Diana». No entanto, as investigações arqueológicas colocam em causa essa teoria.

Na sua origem, a ideia de que o templo romano seria dedicado a Diana, deusa da caça, data do século XVII. Nessa altura, o jesuíta Manuel Fialho publicou o livro «Évora Ilustrada», e associou o santuário a Diana. Em resumo, acreditava que o templo se devia ao chefe dos Lusitanos, Sertório, devoto da deusa romana da caça. Contudo, esta teoria não passava disso mesmo.

Na realidade, as investigações arqueológicas apuraram uma realidade bastante diferente. Assim, este seria um local de culto ao imperador. A par disso, seria também um altar de sacrifícios aos deuses. Deste modo, após os rituais, a carne dos animais seria distribuída pela população.

ArchPitt-EvoraRomanTempleDE AÇOUGUE A ATRAÇÃO TURÍSTICA 

De facto, o Templo Romano de Évora manteve a função de açougue até à Idade Média.

Naturalmente, hoje em dia, ficamos horrorizados com tal uso dado a tão precioso património. Mais do que isso, este templo é um exemplar de características únicas, em Portugal.

Porém, os tempos eram outros. Em consequência, a dada altura, o Templo Romano de Évora foi transformado num torreão defensivo.

Ou seja, foi emparedado e integrou o sistema de defesa da cidade. Em particular, teve um papel importante na defesa da cidade, na crise de 1383-85. Efetivamente, Évora lutou pelo Mestre de Avis. Ou seja, o futuro rei que viria a inaugurar uma nova dinastia, como D. João I.

Ainda assim, na realidade, esta insólita medida acabou por ajudar à conservação do monumento.

Por fim, já no século XIX, o património começou a ganhar nova relevância. Em resultado, em 1870 uma campanha de restauro veio devolver o Templo Romano de Évora à sua estrutura original. Mais precisamente, esta campanha foi conduzida pelo arquiteto italiano Cinatti.

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Em pleno centro histórico de Évora, ergue-se hoje o mais significativo Templo Romano que temos em Portugal.  Segundo se pensa, começou a ser construído no século I. Ou seja, quando os romanos dominavam a Península Ibérica.

De facto, como vemos pela atual estrutura, o templo era um edifício imponente. Desde logo, situava-se no ponto mais alto da antiga acrópole romana. Na sua base, vemos o pódio, com cerca de 15 por 25 metros.

A par disso, o pódio tem cerca de três metros e meio de altura. Assim sendo, serve de base às colunas que resistiram ao tempo.  Por outro lado, sobreviveram também fragmentos da arquitrave e do friso, que assentavam nas colunas.

Em suma, da estrutura original, restam 14 fustes canelados, em sólido granito. De igual forma, temos ainda 12 capitéis em estilo coríntio, com as suas folhas de acanto.

Assim sendo, apesar da destruição parcial, o Templo Romano de Évora conseguiu resistir a dois mil anos de atribulações.

Mais do que isso, em pleno século XXI, mantém boa parte do seu esplendor original.

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