Museu Municipal de Faro
O ANTIGO CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
Numa praça nobre da cidade de Faro, ergue-se o antigo Convento de Nossa Senhora da Assunção. Além de ser um convento do século XVI, este espaço acolhe o Museu Municipal de Faro. Inaugurado no final do século XIX, o seu espólio testemunha o longo passado da capital do Algarve. Cá fora, a dar nome à praça, encontramos uma estátua do rei D. Afonso III. O rei que conquistou definitivamente esta região.
SÉCULO XIX: A FUNDAÇÃO DO MUSEU MUNICIPAL DE FARO
Inicialmente, o Museu Municipal de Faro foi instalado no edifício dos Paços do Concelho. Mais precisamente, abriu portas a 9 de outubro de 1897. Logo na inauguração, contou com a presença do Rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia. Afinal, a par da importância do seu espólio, era o segundo museu mais antigo do Algarve.
Originalmente, chamou-se Museu Archeológico e Lapidar Infante D. Henrique. Ou seja, homenageava o Navegador, na altura em que se assinalava o 5º centenário do seu nascimento.
A partir de 1913, o Museu passou para a Igreja do Convento de Santo António dos Capuchos, na Rua Serpa Pinto. Contudo, ainda não seria esta a sua morada definitiva.
A partir de 1971, o espólio mudou para o espaço onde hoje o podemos encontrar. Ou seja, o antigo Convento de Nossa Senhora da Assunção.
Após dois anos de transição, a coleção está disponível neste espaço desde 1973.
O PASSADO EXPOSTO NUM EDIFÍCIO HISTÓRICO
A ocupar um papel central no Museu Municipal de Faro, encontramos o bonito claustro. Afinal, este edifício era um convento. Em redor, distribuem-se diversas salas, em dois pisos que podemos percorrer livremente.
Assim, numa visita a este espaço, encontramos testemunhos do passado desta região. Por um lado, o passado romano. Por outro, o passado islâmico.
De facto, as origens da cidade de Faro poderão remontar aos séculos VIII ou VII a. C. Porém, este passado remoto está bem documentado apenas a partir do século IV a. C. Assim, sabemos que o povoado mais antigo se designava Ossonoba. Com efeito, apesar da ocupação romana no século II, manteve essa designação.
Nessa altura, o povoado desenvolveu-se substancialmente, graças à chegada de novos comerciantes e colonos.
O MOSAICO DE OCEANO, UM RARO TESOURO NACIONAL
Numa das salas do Museu Municipal de Faro, encontramos um impressionante mosaico romano. O mosaico de Oceano. Foi descoberto em 1926, nas ruas Infante D. Henrique e Ventura Coelho. Ou seja, aqui em Faro.
Contudo, na altura, o mosaico voltou a reenterrado, continuando na obscuridade. Mais tarde, em 1976, voltou a ver a luz do dia. Desta vez, foi recolhido para ser preservado. Infelizmente, já tinha alguns danos, na zona central.
Apesar disso, este é um exemplar raro de um mosaico romano. Por essa razão, tem a rara classificação de Tesouro Nacional. Ou seja, o maior reconhecimento que uma peça museológica pode ter.
Ainda assim, é um belíssimo exemplar de um tapete de mosaico romano. Representa o deus Oceano, ladeado pelos ventos de Oeste (Zéfiro) e de Leste (Bóreas). Data do século III e, originalmente, ornamentava o chão de um edifício público.
Já na altura, um mosaico como este seria uma peça cara, e um símbolo da importância desta civitas romana. Apesar de afastada do centro do Império, Ossonoba era um porto com grande relevância. A representação da figura de Oceano deverá refletir esse contexto.
Com efeito, a peça foi patrocinada por quatro doadores. Destes, apenas se conhecem os nomes, mas pensa-se que podiam ser figuras relacionadas com o comércio ligado ao mar.
A DEFESA DO AL GARBH
Outro dos ex libris do Museu Municipal de Faro é uma impressionante lápide de origem árabe. Com efeito, foi encontrada na cidade algarvia de Silves, e uma das primeiras peças do museu.
Assim, é uma lápide de mármore, com formato retangular. Numa das faces, ostenta uma inscrição gravada em relevo.
O texto árabe, cuidadosamente delineado, refere-se à construção de uma torre defensiva. Segundo se pensa, esta lápide estaria junto a uma das portas da cidade de Silves.
Como sabemos, até ao século XII, esta parte do território estava ocupada pelos árabes, e era cobiçada pelos cristãos. Naturalmente, as torres faziam parte do sistema defensivo. Contudo, como sabemos, acabaram por ser ineficazes, dado que a cristandade veio a tomar esta região.
AINDA NÃO FEZ AS SUAS RESERVAS?