Villa Romana de Pisões, Beja
UMA CASA SENHORIAL ROMANA NO ALENTEJO
A Villa Romana de Pisões situa-se na Herdade da Almagrassa, a cerca de 10 km da cidade de Beja. Para lá chegar, basta seguir pela Estrada Nacional 18, no sentido de Aljustrel. Com mais de dois mil anos de história, mostra-nos a beleza do mundo romano.
Efetivamente, esta é uma das maiores villas romanas encontradas em Portugal. Além disso, é também uma das mais ricas e bem conservadas do país. Neste local, facilmente sentimos o modo de vida romano, mesmo passados tantos séculos.
Por outro lado, esta Villa romana tem um traço distintivo, que acentua a sua unicidade. Designadamente, porque sabemos quem foi o seu original proprietário: Caius Atilius Cordus. Precisamente, o nome aparace numa inscrição consagrada à deusa da saúde, Salus.
UMA IMPRESSIONANTE VILLA ROMANA
Segundo se sabe, a Villa Romana de Pisões foi habitada entre os séculos I e o século IV depois de Cristo. Na altura, terá sido uma residência senhorial para exploração agrícola, cultivando estes campos férteis do Alentejo.
Contudo, apesar de ainda haver partes do complexo habitacional por descobrir, podemos ver uma parte importante da casa dos proprietários. Com efeito, tinha mais de quarenta divisões, escadas, arcadas e bonitos pavimentos em mosaico e mármore, ainda bem preservados. Virada a sul, a fachada da casa tinha em frente um espelho de água, um dos mais notáveis da Península Ibérica.
A par disso, o átrio da casa é rebaixado, com acesso por um corredor com escada, e ladeado por colunas. Entre as muitas divisões, distinguem-se o tablinum, um espaço para trabalho, e o triclinuium, onde se faziam as refeições.
Por outro lado, distinguem-se ainda as termas e a piscina, de dimensões consideráveis, com aquecimento (hipocausto). Justamente, eram alimentadas pelas águas da barragem de Pisões, que se situa nas imediações, a cerca de 200 metros.
MUITO MAIS PARA DESCOBRIR
Os primeiros indícios da Villa Romana de Pisões foram encontrados nos anos 60, com a exposição de alguns pesos de lagar e partes de coluna e de capitel. No entanto, em fevereiro de 1967, houve novos achados. Com efeito, decorriam trabalhos agrícolas na herdade, quando um trator expôs um excerto de um pavimento de mosaico.
Desde logo, percebeu-se a monumentalidade do que ali estaria oculto, e começaram os trabalhos de investigação. Justamente, os arqueólogos contaram com a autorização e o apoio da proprietária, Carolina Almodôvar Fernandes.
No início, as escavações foram conduzidas pelos arqueólogos Fernando Nunes Ribeiro e Abel Viana. Maias tarde, em 1970, a Villa Romana de Pisões é considerada Imóvel de Interesse Público. Ao longo do tempo, o passado desta estrutura romana tem vindo a desvendar-se. Inicialmente, de uma forma irregular e, apesar de vedado ao público, o espaço chegou a ser alvo de vandalismo.
Por essa razão, em 2013, a Universidade de Évora assumiu a responsabilidade Villa Romana de Pisões. Por conseguinte, em 2017, assinou um protocolo com a Direção Regional de Cultura do Alentejo, e ainda com a Câmara Municipal de Évora.
Precisamente, este protocolo traçou como objetivo a valorização do espaço. Mais do que isso, o projeto de dar continuidade às investigações arqueológicas. Hoje em dia, podemos visitá-lo e, ao mesmo tempo, continuam a decorrer as investigações arqueológicas.
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