Capela da Senhora do Castelo, Vouzela
UMA DAS MELHORES VISTAS DE TODA A BEIRA ALTA
Junto a Vouzela, encontramos um miradouro privilegiado sobre toda a serra do Caramulo. É a capela da Senhora do Castelo. Um local de sossego e, mais do que isso, de contemplação. Embora discreto, é muito fácil de encontrar. Basta querer. Por isso, seja um dos privilegiados.
O CASTELO QUE DOMINAVA A ANTIGA TERRA DE LAFÕES
Num monte da Serra do Caramulo, esconde-se a Capela da Senhora do Castelo. Sem dúvida, uma ermida discreta, onde chegamos após uma longa escadaria entre a vegetação. Infelizmente, do castelo original que aqui existiu, resta apenas o nome. Pouco mais. Ainda assim, este é um local de visita obrigatória na região de Vouzela. Afinal, oferece ao visitante a melhor vista das redondezas. Lá em baixo, no vale, corre placidamente o rio Vouga.
Com efeito, no século XI, o Castelo de Lafões dominou toda esta região. Mais do que isso, já nessa altura era terra de gente nobre. Desde logo, entre os séculos IX e X, as margens do Vouga acolheram elementos da nobreza galaico-asturiana. Ou seja, dissidentes do reinado de Afonso Magno (866-910). Entre eles, o próprio irmão do rei, Bermudo. Desta forma, as fontes documentais indicam que se estabeleceram em Bordonhos, perto de São Pedro do Sul. A par disso, também em Moçâmedes, junto a Vouzela.
O PASSADO PERDIDO DA SENHORA DO CASTELO
Contudo, o castelo de Lafões há muito que deixou de ser o senhor destas terras. Entre 2016 e 2019, decorreu um vasto projeto arqueológico que investigou o património de Vouzela. Na prática, uma parceria entre o município e as Universidades Nova de Lisboa e do Algarve.
Assim, o Projeto de Estudo do Património Histórico-Arqueológico de Vouzela também incidiu sobre a Senhora do Castelo. Em particular, sobre o seu passado.
Em resumo, o documento atesta que «o topo do monte foi profundamente alterado». Desde logo, pelas «sucessivas obras de construção da capela dedicada à Senhora do Castelo». Adinal, esta «sofreu vários momentos de construção e ampliação». A par disso, as alterações também se deveram à «implementação de antenas de comunicação.»
Ainda assim, «nas vertentes é possível ainda reconhecer duas sepulturas escavadas na rocha». Concretamente, são sepulturas antropomórficas, e situam-se a apenas 150 metros. Para as encontrar, basta seguir as setas no local.
Com efeito, a referència a estas sepulturas é de 1921, por um pioneiro da arqueologia local. Justamente, o professor Aristides de Amorim Girão, que viveu entre 1895 e 1960.
UM LOCAL DE CONTEMPLAÇÃO, PASSEIO E PIQUENIQUE
Se chegarmos ao local de carro, temos onde estacionar facilmente. Em alternativa, passa aqui um trilho pedestre devidamente marcado. É o PR1, circular, com cerca de 7 km. Se quiser segui-lo o início/fim é em Vouzela, na Praça da Liberdade. Junto às piscinas. Basta seguir o Trilho PR1 – Senhora do Castelo_gpx, definido pela autarquia.
Na base da escadaria, destaca-se um bonito chafariz. Redondo, com o emblema de Vouzela, data do início do século XX. Com efeito, a sua autoria é do famoso arquiteto Raul Lino.
Em redor, existem mesas e bancos em pedra, ideais para piquenique. Explore o local, e aprecie a natureza, nesta mata densa e rica. De tal forma que foi considerada de Interesse Público em 1959. Com efeito, ainda preserva algumas árvores centenárias.
Apesar do que já não existe, a Senhora do Castelo mantém uma certa aura mística. Oculta entre a densa floresta, proporciona uma experiência de solitude e humildade. Mesmo a quem nada tem de religioso. Afinal, a natureza que nos envolve é simplesmente arrebatadora.
Em contraste, todos os anos, a 15 de agosto, o local enche-se de gente. Em Portugal, celebra-se a Assunção de Nossa Senhora. Por isso, a Capela da Senhora do Castelo junta-se aos festejos. É uma das romarias mais tradicionais de Vouzela, e todos os visitantes são bem vindos.
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