Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo
UM SÉCULO A ENALTECER AS ARTES DE VIANA
Desde 1923 que Viana do Castelo decidiu partilhar com o público a beleza e o requinte das suas artes decorativas locais. Ao longo do tempo, um antigo palacate do centro histórico tem vindo a acompanhar a evolução daquilo que de melhor se produz em Viana, desde a pintura à fotografia, passando pela azulejaria, porcelana e, claro, a requintada joalharia de filigrana.
Um século a acompanhar as artes decorativas vianenses
A ideia de criar um Museu de Artes Decorativas em Viana do Castelo surgiu nos anos 20 do século passado, e a ideia rapidamente ganhou corpo.
Assim, a Câmara Municipal adquiriu, para o efeito, a Casa das Figuras, um antigo palacete que havia pertencido à família Barbosa Maciel. Situado no Largo de São Domingos, o edifício apresenta linhas barrocas e elementos clássicos, com frontões triangulares que se sobrepõem às portadas e janelas da fachada.
Antes de pertencer aos Barbosa Maciel e, posteriormente, à autarquia, este imponente solar foi mandado construir em 1724 por um cónego da cidade, António Felgueiras Lima. Na altura, chegou mesmo a hospedar o bispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles.
No interior, a beleza do edifício condiz com o seu exterior, destacando-se uma imponente escadaria e painéis de azulejos em estilo barroco.
Das exposições discretas ao esplendor das artes decorativas de Viana
Na sua origem, o Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo abriu portas para mostrar o trabalho de artistas da região. Mais precisamente, foram expostos quadros de Rubens Martins e ainda fotografias de Manuel Afonso.
Um começo modesto, sem pompa nem circunstância, mas, ainda assim, promissor.
Nos primeiros anos, o espólio do museu foi enriquecido com peças arqueológicas, nomeadamente provenientes da Citânia de Santa Luzia, no monte com o mesmo nome, sobranceiro à cidade.
Todavia, ao longo do tempo, quase um século, a coleção foi enriquecida de forma substancial com requintadas peças de produção local, e não só.
Deste modo, a coleção do Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo abrange, sobretudo, os períodos entre os séculos XVII e XIX. No seu conjunto, inclui faianças, azulejaria, mobiliário, numismática, heráldica e ainda desenhos e pinturas.
Em particular no que toca a mobiliário, poderá encontrar, inclusivamente, contadores indo-portugueses e peças dos estilos D. João V e D. José I. Tais peças pertencial a uma coleção particular, doada ao Museu de Artes Decorativas por Luís Augusto Oliveira.
A TRADICIONAL FAIANÇA DE VIANA DO CASTELO
No seu livro Viagem a Portugal, o escritor José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, escreveu sobre o Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo. Segundo o escritor, este continha «a mais completa e rica colecção de faianças portuguesas». No livro, escreve ainda que «são cerca de mil e seiscentas peças que o viajante não pode estudar em pormenor.» De outro modo, «teria de acabar aqui a viagem.»
Entre 1774 e 1855, existiu na região a afamada Fábrica de Loiça de Viana. Com efeito, produzia peças de elevada qualidade, se espalharam pelos quatro cantos do globo.
A tradição da faiança vianense viria a ser retomada em 1947, com a nova Fábrica de Louça Regional de Viana do Castelo. Mais conhecida como Fábrica da Meadela, continua a laborar. Inclusivamente, pode ser visitada entre segunda-feira e sábado.
Pintada à mão, a faiança de Viana continua a ser de elevada qualidade. É cozida a 1400 graus centígrados, de modo a ganhar maior resistência. A Fábrica de Loiça Regional de Viana situa-se na Rua de Nossa Senhora da Ajuda. Não deixe de espreitar a loja e a zona museológica. Em regra, existe alguém a trabalhar, e pode assistir ao vivo à produção de faianças.
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MORADA: Largo de S. Domingos, Viana do Castelo
CONTACTO: 258 809 305 | mad@cm-
viana-castelo.pt PREÇO: Entre 4 e 5 euros. Gratuito até aos 4 anos.
HORÁRIO: Aberto de terça a sexta, 10h00 às 18h00. Sábado e domingo, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00.
ACESSIBILIDADE:
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