Forte de Santo António da Barra
A ÚLTIMA MORADA DE SALAZAR
No Estoril, junto ao mar, encontramos o imponente Forte de Santo António da Barra. De visita gratuita, é um local plácido, com grande significado para Portugal. Com efeito, além de ser um dos bastiões da defesa de Lisboa, na barra do rio Tejo, foi a última morada de Oliveira Salazar. Por essa razão, ainda podemos lá ver o seu antigo escritório. Depois de décadas de abandono, o Forte de Santo António da Barra foi alvo de requalificação pela autarquia de Cascais, e pode ser visitado gratuitamente.
A RECUPERAÇÃO DEPOIS DO ABANDONO
Em fevereiro de 2018, uma reportagem da RTP chamou a atenção para o estado lastimável, de abandono, em que se encontrava o Forte de Santo António, no Estoril. Com efeito, a antiga residência de António de Oliveira Salazar, entre 1950 e 1968, estava coberta de grafittis, e servia de albergue a marginais.
Com este alerta público, a autarquia de Cascais resolveu tomar o assunto a seu cargo. Rapidamente, limpou e recuperou o espaço, devolvendo-lhe a dignidade.
Hoje em dia, o Forte de Santo António pode ser visitado livremente, aos fins de semana.
No seu interior, a maioria das salas está vazia, mas os aposentos do antigo Presidente do Conselho estão recriados, num primeiro andar soalheiro.
SEIS SÉCULOS A DEFENDER LISBOA
Em plena Avenida Marginal, o Forte de Santo António da Barra foi construído no século XVI. Mais precisamente, em 1590, por iniciativa do rei D. Filipe I.
Com efeito, Filipe I de Portugal era, ao mesmo tempo, Filipe II de Espanha. Ou seja, a coroa dos dois países era a mesma, devido a uma crise de sucessão. Sendo neto do rei português D. Manuel I, Filipe veio a ocupar o trono de Portugal, e reforçou toda a costa de acesso a Lisboa.
De facto, Portugal fora invadido em 1580 pelos espanhóis, e as fragilidades de Lisboa eram evidentes. Por essa razão, em 1589, o rei (de ambos os países) mandou construir este forte entre Cascais e São Julião da Barra. Deste modo, surge o Forte de Santo António da Barra.
Com este nome, o forte evocava o mosteiro franciscano do Estoril, e o projeto ficou a cargo do engenheiro italiano Frei Vicêncio Casale.
Até ao século XVIII, o forte teve uma intensa capacidade de fogo, chegando a ter quinze a dezoito peças de artilharia. Contudo, com o tempo, foi caindo na inatividade, com uma guarnição reduzida.
Ao longo do tempo, e com o baixar da guarda sobre Lisboa, o Forte de Santo António da Barra teve diversas funções. Com os danos causados pelo terramoto de 1755, precisou de uma intervenção de restauro entre 1762-63. Com isso, ainda fez face à Guerra dos Sete Anos e aos confrontos entre absolutistas e liberais. Depois isso, foi desartilhado.
No século XX, foi um posto da Guarda Fiscal e, entre 1915 e 2015, acolheu o campo de férias do Instituto de Odivelas. Uma escola feminina, de alunas internas, tutelada pelo Exército.
A partir de 1950, o Forte de Santo António da Barra tornou-se a residência sazonal do Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar. Efetivamente, foi aqui que ocorreu, a 3 de agosto de 1968, a famosa queda da cadeira, que o viria a condicionar física e intelectualmente.
Em consequência. o ditador português, que governara o país com mão de ferro durante quatro décadas, veio a falecer cerca de dois anos depois.
Justamente, a Fortaleza de Santo António da Barra está classificada como Monumento de Interesse Público desde 1977. Após a intervenção da Câmara de Cascais em 2018, está de cara lavada, e aguarda visitas aos fins de semana.
AINDA NÃO FEZ AS SUAS RESERVAS?