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Beja2024-01-12T15:09:55+00:00

BEJA, UMA CIDADE DISCRETA, MAS SÓ NA APARÊNCIA

Beja é a capital do Baixo Alentejo, e uma cidade discreta, na planície alentejana.

Apesar de não ser um destino turístico convencional, talvez por pouco apostar na promoção, tem tudo para atrair visitantes.

Vamos desvendar os segredos desta cidade, que surpreende quem a visita. Desde logo, pela imponência inesperada dos seus monumentos, mas também pela riqueza do seu património.

Um tesouro que vai certamente surpreender. 

vídeo: município de Beja
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A HERANÇA CULTURAL DO DUCADO DE BEJA

No século XV, o rei D. Afonso V formou o Ducado de Beja e atribuiu-o ao seu irmão, o Infante D. Fernando. Este e a esposa, a infanta D. Beatriz, viveram a maior parte da vida em Beja e aqui implementaram uma rica herança patrimonial. Ainda hoje é visível nos edifícios que podemos visitar.

É o caso do surpreendente Convento da Conceição, da ricamente decorada Igreja da Misericórdia, das Igreja de Santiago e do Pé da Cruz, ou ainda do Convento de São Francisco, hoje uma luxuosa Pousada de Portugal.

Com efeito, quando chegar a Beja, vai parecer-lhe que é uma cidade discreta. Em tons de branco, e com gentes pacatas, a paz com que os romanos a nomearam ainda hoje se sente.

UM PASSEIO CULTURAL AO PASSADO DE BEJA

Propomos começar no Posto de Turismo, no Largo Lima Faleiro, junto ao próprio Castelo de Beja. Apesar da localização numa estrutura tão antiga, o espaço que acolhe os visitantes tem acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida.

Ao iniciar o seu percurso no Posto de Turismo, a tentação é visitar já o castelo. Não resista, e entre nesta imponente fortaleza. A Torre de Menagem que o Castelo de Beja ostenta ergue-se a quase 40 metros de altura. É a mais alta da Península Ibérica, com três pisos no interior. No seu conjunto, esta imponente construção reflete o estilo gótico. A par disso, tem uma planta pentagonal irregular, com seis torres defensivas. Entre elas, a Torre de Menagem.

Efetivamente, o castelo de Beja sobrepõe-se a uma antiga muralha defensiva. Porém, tal como o conhecemos hoje, esta construção data dos séculos XIII e XIV. De facto, a iniciativa de reforçar a defesa da cidade foi do rei D. Afonso III. Ou seja, na época da reconquista desta cidade aos mouros.

Com efeito, poderá observar que o castelo de Beja está muito bem preservado. Por um lado, foi graças a um restauro feito na década de 1930. Por outro, ao cuidado que a cidade tem tido com o seu mais importante monumento.   

DOS VISIGODOS À CRISTANDADE

Perto do castelo, no Largo de Santo Amaro, encontra o Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja, instalado na antiga Igreja de Santo Amaro. Este núcleo oferece aos visitantes um espólio único no país, que valeu a Beja a denominação de Capital da Arte Visigótica em Portugal.

De facto, Beja foi ocupada por este povo após o período romano. Mais precisamente, entre os séculos VI e VIII. Por essa razão, são inúmeros os achados que remontam a essa época longínqua.

Assim, saindo do Largo de Santo Amaro, contorne a muralha do Castelo até encontrar a Sé Catedral, no Largo do Lidador. Imponente, data de 1590 e ostenta uma rica decoração em talha dourada e azulejos. Ao contrário das restantes sés portuguesas – que invocam Nossa Senhora da Conceição – foi consagrada ao Sagrado Coração de Jesus.

Se seguir pela Rua D. Manuel I e entrar na Rua Abel Viana, vai encontrar a bonita Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, que alberga o Museu Episcopal de Beja, e, um pouco mais atrás, num recanto, a ermida de Santo Estêvão.

 

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VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS  EXPOSTOS À LUZ DO DIA

Se seguir pelo centro histórico rumo à Praça da República e entrar pela Rua da Moeda, vai encontrar uma zona arqueológica. Com efeito, ali se revelaram edifícios e objetos de diferentes eras. Ou seja, tanto de há quase três mil anos como dos séculos mais recentes.

De facto, entre os achados nos vários assentamentos, já se acharam vestígios de edifícios da idade do Ferro. Tal como de residências do período islâmico. A par disso, ali se localizou o maior templo romano encontrado em território português. Pelo menos, até à data.

Por outro lado, houve outro achado emblemático. Uma uma enorme quantidade de moedas do século XVI, assim como a fundição e a oficina onde eram elaboradas. Ou seja, aqui funcionou uma autêntica Casa da Moeda.

MARCAS DO ESTILO MANUELINO NA CIDADE DE BEJA 

Regresse à Praça da República e vá ao encontro do Pelourinho de Beja. Uma iniciativa do rei D. Manuel, em 1521, quando concedeu foral à cidade. Infelizmente, em tempos o pelourinho sofreu um acidente. Contudo, foi reconstruído no século XX, recuperando a forma original. Nomeadamente, a esfera armilar e a Cruz de Cristo, em ferro, no topo da estrutura entrançada.

Siga pela direita, entrando na Rua Dr. Afonso Costa e repare, no número 38 , numa rara Janela Manuelina. Com efeito, é o mais perfeito exemplar deste estilo arquitetónico em toda a cidade de Beja. A janela situa-se no primeiro andar do edifício. Em particular, as suas duas portadas são emolduradas por um rebordo de pedra, trabalhado no intrincado estilo manuelino.

A Janela Manuelina de Beja pertencia ao antigo Convento do Carmo, construído em 1520. Infelizmente, foi destruído no século XIX.

UM CONVENTO CHEIO DE BOAS HISTÓRIAS

Volte um pouco atrás, no sentido da Praça da República, e entre pela Rua do Touro. À sua esquerda, encontrará o Museu Jorge Vieira. Efetivamente, alberga uma coleção de arte contemporânea deste reconhecido escultor lisboeta, que ofereceu a Beja o seu vasto espólio.

Se preferir conhecer mais do passado, siga caminho até ao largo da Conceição, um pouco mais à frente. Aqui vai encontrar um dos mais bonitos e emblemáticos edifícios da cidade: o antigo Convento da Conceição, hoje transformado no Museu Regional de Beja Rainha Dona Leonor

Pintura de Mariana Alcoforado

Fundado no século XV, o antigo convento distingue-se pela história recheada de personagens ilustres. Por outro lado, tem um espólio com peças únicas no país. Por fim, mas não menos importante, foi residência da famosa freira portuguesa Mariana Alcoforado, cujas cartas de amor foram publicadas em França no século XVII. Mais exatamente, a obra continua a ser editada, com o nome Cartas Portuguesas.

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A PAX JULIA QUE SE TRANSFORMOU NA PACÍFICA BEJA

A origem de um povoado que se conhece, onde hoje se situa a cidade de Beja, remonta à Idade do Ferro, que marca o fim da chamada Pré-História. Alguns dos poucos indícios desta ocupação são o troço de muralha que se encontrou na Rua do Sembrano, assim como alguns objetos escavados em vários locais da cidade.

No entanto, é durante o império romano que o povoado aqui existente se torna uma cidade proeminente. Situada no topo de uma colina, numa região de planície, ocupava um ponto estratégico na região.

Na sua tese de doutoramento, «A cidade romana de Beja», do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra, a historiadora Maria da Conceição Lopes desvenda a origem do nome da cidade de Beja. Assim, explica que é referida pelos registos de autores antigos que chegaram até nós. Com efeito, Ptolemeu denomina-a de Pax Iulia, Estrabão designa-a de Pax Augusta e Plínio de colonia Pacencis.

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A autora, especializada no estudo arqueológico de Beja, defende que «a denominação usual e oficial era certamente Pax Iulia», pois é a que aparece nas inscrições romanas e nas moedas da altura.

Quanto ao seu fundador, a investigadora justifica que «da denominação da cidade não se pode retirar qualquer indicador quanto ao patrocinador da sua fundação, pois IVLIA tanto pode ser relacionado com César como com Octaviano ou Augusto», sendo que os indícios existentes apontam para a exclusão de César desta hipótese.

A DESCOBRIR NA CIDADE DE BEJA

UMA JANELA PARA UM PASSADO REMOTO

Do Museu Regional de Beja Rainha Dona Leonor, siga rumo ao Largo de São João e entre na Rua do Sembrano. É o próximo ponto de atração da cidade. Aqui está instalado um importante Núcleo Museológico que cobre 2700 anos de história e que vale a pena visitar.

No pavimento, o chão transparente proporciona ao visitante uma experiência interessante. Ou seja, permite percorrer e apreciar as marcas das diferentes civilizações que aqui habitaram.

Assim, entre muitos achados, a muralha testemunha uma ocupação na Idade do Ferro. A par disso, o espaço termal de uma habitação romana mostra como era a vida privada, quando Beja era conhecida como Pax Julia. Por fim, os silos, perfurados na rocha, indiciam a ocupação islâmica posterior.

Se ainda tiver tempo e energia para conhecer um pouco mais da cidade, recomendamos que siga pela Rua da Casa Pia até às Portas de Moura. De facto, esta é uma abertura na muralha que nos leva ao casario antigo. Seguindo na direção do castelo, encontra o Miradouro do Terreirinho das Peças e as Portas de Avis. Por fim, vamos ter às Portas de Évora, em plena muralha do Castelo.

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UMA PRAIA E MUITO MAIS PARA CONHECER NOS ARREDORES

Beja é uma cidade onde apetece ficar, inspirados pela pacatez do modo de vida alentejano. Vale a pena entrar no carro e afastar-se um pouco do centro para ir visitar a invulgar ermida de Santo André, na Rua de Lisboa, com o seu invulgar traçado, entre o gótico e o árabe.

Saindo da cidade, encontra ali muito perto dois grandes atrativos. Um deles é a Praia Fluvial de Beja, a outra é a Villa Romana de Pisões. De facto, numa região muito quente no verão, a Praia Fluvial de Beja veio colmatar uma lacuna local. Antes de ser inaugurada, em 2019, a praia mais próxima ficava a 65km. Mais precisamente, na aldeia de São Domingos, em Mértola.

Hoje em dia, quem vive em Beja ou visita esta cidade do interior alentejano já pode refrescar-se. Seja na praia ou na zona de lazer envolvente. Ou seja, no Parque Fluvial dos Cinco Reis.

Com efeito, a praia aproveita a barragem dos Cinco Reis, e fica a cerca de 5 km da cidade. tal como a Villa Romana de Pisões. Este é um espaço pouco conhecido, mas que impressiona o visitante pelas suas dimensões e pelos pavimentos bem conservados.

Por isso, quando visitar Beja, espreite os arredores. Aproveite para dar um mergulho ou fazer um piquenique. Ou para viajar no tempo até à época romana!

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