Lourinhã, a capital do Jurássico

UM DESTINO DISCRETO, DE IMPORTÂNCIA MUNDIAL

Com efeito, na Lourinhã é possível conviver com dinossauros, mas também passar excelentes dias na praia. Inclusivamente, as ondas convidam à prática de surf e de desportos náuticos. A par disso, pode ainda ir às termas, visitar património histórico e descobrir localidades vizinhas, como Peniche ou Óbidos. Naturalmente, também não deve ir embora sem provar a mundialmente famosa aguardente da Lourinhã. Sem dúvida, motivos do que suficientes para escolher a Lourinhã como destino para uns dias de merecido descanso.

UM DESTINO COM MUITOS ATRATIVOS E POUCOS TURISTAS  

Embora não seja promovida como destino de férias, a Lourinhã tem todas as condições para o ser. A região Oeste de Portugal é ideal para dias tranquilos, em qualquer altura do ano. Embora as suas praias sejam atlânticas, e as águas mais frias do que as do Algarve, aqui encontra muitos atrativos para experienciar dias memoráveis, seja sozinho, com amigos ou em família. Além disso, se tiver crianças, nesta região tem muito com que as entreter.

Situada a apenas 60 km a norte de Lisboa, a Lourinhã é um destino cheio de potencial. Apesar disso, é ainda pouco explorado pelos portugueses e praticamente ignorado pelos estrangeiros. Confie em nós, siga o nosso exemplo e reserve tempo para descobrir a zona Oeste de Portugal.

Vai encontrar praias tranquilas e ondas que convidam à prática do surf, fortalezas marítimas, testemunhos das invasões francesas, tratamentos termais e até um kartódromo, para os mais aventureiros.

OS DINOSSAUROS, SINÓNIMO DE LOURINHà

Por último, e não menos importante, é inevitável referirmos o ex libris local: o DinoParque. Sendo o único parque temático português dedicado aos dinossauros, recebe cerca de 25 mil pessoas por ano.

A par disso, coloca também a Lourinhã no mapa internacional da paleontologia. Afinal, esta é uma região que concentra inúmeros achados do período jurássico, alguns deles inéditos a nível mundial.

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OS MAIS ANTIGOS HABITANTES DA LOURINHÃ

A vila da Lourinhã pertence ao distrito de Lisboa e, para a maioria dos portugueses, é associada, acima de tudo, aos dinossauros. Com efeito, esta região tem sido palco de inúmeros achados de ossadas, dentes, pegadas e até ovos do Período Jurássico. Na verdade, a Lourinhã é o local do mundo onde se encontraram mais ninhos de dinossauros. Inicialmente, os ovos jurássicos foram encontrados no Paimogo, em Peralta, Casal da Rola.

Mais recentemente, em 2019, foi feito um novo achado, de nada menos do que dez ovos fossilizados. Segundo se pensa, pertenceram a uma ou mais dinossauras carnívoras, e foram localizados na praia do Caniçal.

A par de muitas outras descobertas, estes ovos jurássicos têm mais de 150 milhões de anos e, de alguma forma, conservaram-se ao longo de todo este tempo nas arribas marítimas da Lourinhã. Possivelmente, serão os mais antigos do mundo

Desde há muito, a Lourinhã acarinha os seus dinossauros, e tem dado destaque a estas criaturas de um passado longínquo.

O PARAÍSO DOS PALEONTÓLOGOS

A abundância destes achados tem resultado, inclusivamente, na identificação de novas espécies de dinossauros. É o caso do torvosaurus gurneyi, um carnívoro que viveu há 150 milhões de anos na Lourinhã, e que foi o maior predador terrestre desse período. Era bípede, chegava a medir dez metros de comprimento e viveu 80 milhões de anos antes do famoso tiranossaurus rex. Foi descoberto em 2014, no âmbito de uma tese de doutoramento de Christophe Hendrickx, e veio juntar-se a muitos outros exemplares encontrados naquela região.

Todas as descobertas são documentadas e estudadas por equipas de paleontólogos, que as partilham com o mundo, tanto em revistas científicas como em equipamentos que explicam este passado longínquo a miúdos e graúdos.

Pode conhecê-los a todos no Dinoparque da Lourinhã, no Museu da Lourinhã e ainda no centro da vila, onde existem mais de uma dezena destes monstros à escala real. Não se assuste, e aproveite para tirar uma fotografia!

Esta Rota dos Dinossauros tem pouco mais de 3km, começa na Praça José Máximo da Costa e vai até ao posto de Turismo. Os dinossauros estão explicados em legendas, inclusive em Braille. Sem dúvida, um percurso ideal para fazer com as crianças.

PROCURE A GASTRONOMIA LOCAL

Não fosse esta uma zona de pesca e também de agricultura, que abastece Lisboa de muitos produtos alimentares, inevitavelmente come-se muito bem. Quer opte por ir a restaurantes ou cozinhar em casa, visite o os mercados locais, como o da Lourinhã ou da Areia Branca. Vai encontrar os peixes e vegetais mais frescos, além de queijos, vinhos, enchidos, mel e pão de confeção tradicional.

No final da refeição, não se esqueça de reservar espaço à mesa para as tradicionais Areias Brancas. Um doce típico regional, que faz alusão a uma das bonitas praias do concelho, a praia da Areia Branca.

Como se não bastassem todos estes atrativos, se é apreciador de bebidas espirituosas, temos boas notícias para si. Talvez não saiba que existem no mundo apenas três aguardentes vínicas com região demarcada, e uma delas é precisamente aqui da Lourinhã.

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10 KM A CAMINHAR NA ROTA DOS DINOSSAUROS

Para os mais afoitos, e amantes de trilhos na natureza, existe uma outra Rota dos Dinossauros. Com cerca de 10 km, este percurso pedestre pode ser feito a pé ou de bicicleta, mas atenção que é linear. Ou seja, termina longe do ponto de partida, e terá de fazer o caminho de volta, ou arranjar uma boleia para regressar.

O Percurso Pedestre Rota dos Dinossauros começa junto ao Museu da Lourinhã, sugere uma visita à bonita Igreja Matriz de Santa Maria da Anunciação, e termina junto ao Forte do Paimogo, na praia com o mesmo nome. Espreite o folheto aqui: Lourinhã – PR1 – Rota dos Dinossauros.

DO PERÍODO JURÁSSICO À ÉPOCA ROMANA

Senhores da Lourinhã, logo na entrada da vila, os monstros pré-históricos dão as boas a quem chega à Lourinhã. Mais do que isso, os dinossauros são uma constante na região, já que muitos negócios locais decidiram incorporá-los nas suas marcas. No entanto, o património histórico da Lourinhã vai muito além do período jurássico.

Apesar da presença de povos anteriores, como os celtas e cartagineses terão sido os romanos a dar origem ao povoado que é hoje a Lourinhã. Aliás, o nome da vila deriva da denominação dessa época, Laurinius. Da época romana restam escassos vestígios mas, como já vimos, o concelho prima pelas marcas muito mais antigas, do tempo em que os dinossauros ainda povoavam a terra.

PASSEIOS PARA TODA A FAMÍLIA

Outra opção interessante, para ir com os miúdos, é o bonito Parque da Fonte Lima, na Freguesia de Santa Bárbara. Com 10 mil metros quadrados, oferece aos visitantes jardins, lagos e cascatas, parque de merendas, parque infantil, WC e café. tudo isto com acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

Como se tudo isto não bastasse, junto à praia do Paimogo, encontra também o imponente forte com o mesmo nome.

Efetivamente, o Forte do Paimogo data de 1674, e tinha a missão de defender a costa.

A par disso, a sua arquitetura é militar, em estilo barroco. Quanto ao formato, é quadrangular, com postos de vigia cilíndricos nos cantos. Durante muito tempo, esteve ao abandono, mas está em vias de ser reabilitado pela autarquia.

DIAS TRANQUILOS LONGE DAS MULTIDÕES

Se é como nós, e não lhe ocorre juntar-se a uma multidão quando precisa de descansar, então a Lourinhã pode ser um destino perfeito para si, tanto de verão como de inverno.

Sendo este um concelho sobretudo rural, sugerimos que aproveite os 12 km de costa e escolha um alojamento junto ao mar. Com toda a certeza, a paisagem escarpada e a força do mar vão retemperar-lhe as energias.

No entanto, em dias ventosos, tenha cuidado com os passeios nas falésias. Queremos que regresse inteiro a casa…

Sem dúvida, a Lourinhã é um destino particularmente atrativo. Inclusivamente, se tem crianças. 

Assim, percorra com elas a Rota dos Dinossauros, visite o DinoParque, desfrute da paisagem em caminhadas ou passeios de bicicleta, e aproveite as praias tranquilas à beira do oceano Atlântico.

A LOURINHÃ NA FUNDAÇÃO DE PORTUGAL

No século XII, a Lourinhã foi conquistada pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, e entregue a um nobre cruzado francês, D. Jordan.

Assim, terá sido este fidalgo a conceder o primeiro foram que instituiu o povoamento, em 1160. De igual forma, terá também patrocinado a construção de um primeiro templo religioso, em estilo românico, que infelizmente já não existe.

A par disso, a antiga igreja matriz, situada no centro da vila, tornou-se pequena para acolher a comunidade. Mais tarde, no século XIV, foi substituída pelo bonito templo que hoje domina a cidade.

Com efeito, a partir do centro da Lourinhã, consegue ver, numa colina sobranceira à vila, a Igreja de Santa Maria do Castelo. Em estilo gótico, é um templo imponente e bem conservado.

AS INVASÕES FRANCESAS E A BATALHA DO VIMEIRO

Outro dos momentos importantes da história local é o século XIX. Com efeito, esta região foi vítima da primeira vaga das invasões francesas, e palco de uma importante batalha, no Vimeiro, a 21 de agosto de 1808.

Deste modo, numa batalha decisiva, as tropas luso-britânicas, comandadas por Sir Arthur Wellesley, conseguiram travar a investida do exército invasor francês, comandado por Junot.

Se visitar o Vimeiro, vai encontrar um monumento ao soldado, que recorda o confronto. A par disso, existe ainda o moderno Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, que explica o que aconteceu.

Mais do que isso, todos os anos, a data da batalha é assinalada numa recriação histórica, que mobiliza figurantes vindos de vários países.

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COGNAC, ARMAGNAC E… LOURINHÃ

Infelizmente, desconfiamos que a maioria dos portugueses não faz ideia de que a Lourinhã é famosa no mundo pela sua aguardente. Afinal, a par das mais afamadas Cognac e Armagnac, é uma das três únicas do mundo com Denominação de Origem Controlada (DOC). Este reconhecimento foi consagrado na legislação nacional em 1992. A par disso, esta é também a única Região Demarcada do país para produção de aguardente vínica.

Na verdade, embora seja conhecida como Aguardente da Lourinhã, esta região abarca ainda algumas zonas dos concelhos vizinhos de Peniche e Torres Vedras. O clima é fresco, os solos são calcários, e as uvas são maioritariamente brancas, com baixo teor alcoólico.

Segundo consta, a tradição de destilar o vinho terá tido origem na ocupação francesa desta região, durante a invasão que ocorreu no início do século XIX. Muitos franceses, conhecedores desta técnica, terão optado por ficar em Portugal após o conflito. Desta forma, transmitiram o seu know how às gentes locais. A partir de então, a Lourinhã não só abraçou esta técnica, como lhe deu continuidade, até hoje.

UMA AGUARDENTE FEITA COM PACIÊNCIA

Com efeito, o precioso néctar é produzido nas caves da Adega Cooperativa da Lourinhã e também na Quinta do Rol, um complexo enoturístico na freguesia de Miragaia. Assim, é nas suas caves sossegadas e frescas que a aguardente envelhece, durante vários anos, em cascos de madeira, que lhe reforçam a cor e o aroma.

Sendo uma aguardente vínica, o processo para o fabrico começa na apanha da uva, em setembro. Produz-se primeiro o vinho, que fica pronto em novembro e é então destilado, antes que comece a azedar, uma vez que não leva qualquer tratamento. Após a destilação, é altura de entrar nas pipas de carvalho.

No mínimo, a aguardente da Lourinhã envelhece ao longo de 24 meses, mas alguns lotes chegam a atingir as duas décadas. Um processo longo, que exige paciência, mas que transforma a aguardente da Lourinhã numa das mais famosas e requisitadas do mundo. Já a provou ?

MUITAS ATRAÇÕES A CURTA DISTÂNCIA

Sem dúvida, as praias do concelho da Lourinhã são uma das grandes atrações locais. Se gosta de ir a banhos, ou de passear junto ao mar, tem muito por onde escolher.

Desde logo, a praia mais conhecida é talvez a praia da Areia Branca. Esta pequena localidade costeira, praticamente encostada à vila da Lourinhã, tem, de facto, um areal de areia branca e fina, com um passeio marítimo onde encontra espaços de restauração e esplanadas onde apetece ficar.

A par disso, encontra outras praias encantadoras, e mais discretas, como a Praia do Porto das Barcas, ou a Praia do Peralta. 

Se for amante das atividades outdoor, traga a bicicleta ou as botas de caminhada e percorra os trilhos junto à costa. Para restabelecer as suas forças ou cuidar da saúde, aproveite para marcar uma sessão nas termas do Vimeiro. Na verdade, situam-se na localidade de Maceira, quase a chegar à bonita praia do Porto Novo, uma das preferidas dos surfistas.

Outra das grandes vantagens da Lourinhã é a proximidade de localidades portuguesas que vale mesmo a pena conhecer. Nomeadamente, é o caso de Peniche, ali ao lado, ou de Óbidos onde encontra a bonita Foz do Arelho e a Lagoa de Óbidos.

Em suma, marque o seu alojamento e trace o seu roteiro, para conhecer a bonita região Oeste de Portugal.

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